A sensação de prazer parece sempre vir acompanhada de um frio na barriga que tem um tanto de gozo e um tanto de medo.
Desfrutar sem temer perder o que se tem é desafio para gigantes. Gente que sabe que, mesmo na dificuldade, há vida, aprendizado, esperança, ilógica.
Gente que reconhece o gozo naturalmente colorido, e na mesma medida fulgás, provisório, humano, falível.
Como é bom gozar do momento e absolutamente não, nunca, nem por um nanosegundo (do traiçoeiro pensamento) jamais ansiar pela perda que talvez venha.
Nem tampouco produzi-la, como tipicamente fazemos quando não nos julgamos merecedores da felicidade. Ou quanto somente estamos confortáveis enquanto infelizes, criaturas queixosas, sublimes em tristeza.
E como é bom sentir gozo, e até o medo que vem depois, assombrando o agora.
A subida da montanha russa é medo. Apreensão. A decida é gozo. No final, o que sobra são as memórias de sensações.
Resta saber qual delas nos virá à mente com o tempo: o que desfrutamos sobrepujará o que sofremos?
Qual dois dois será mais forte, real, presente, vívido e vivido? Aquilo que foi simplesmente é. Mas toma nuances lilás ou chumbo à medida que vamos colorindo o passado à luz do presente, que afinal é a unica coisa que temos.
Viva o gozo. Ainda que com temor.
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