domingo, 15 de novembro de 2009

Fechando ciclos (featuring lyrics from Vienna by Billy Joel)

Sim, a vida é cheia de ciclos. Algumas páginas são mais fáceis de virar. Uma vez superadas, não voltam para nos assombrar. Mas isso é raro na minha história.

É que já provei ter um dom especial para me meter em confusões. Quem me conhece sabe muito bem. Meu ex-marido trabalhou numa empresa administrada por mim, o que tornou nossa separação especialmente penosa. Meu ex-noivo já namorou minha meia-irmã. Já trabalhei com meu pai, brigamos, e hoje somos concorrentes na mesma atividade profissional.

A lista não pára por aí, mas fica mais constrangedora à medida que penso nela. Então deixemos o resto para terapia. Santa Noemi das Perdizes.

Aprendi a desfrutar as coisas que a vida me trouxe, e a lição agora é exercitar a capacidade de tentar confinar as nuances da vida, cada qual, ao seu espaço. Mas como não envolver família e trabalho numa relação amorosa? Para mim ainda é um desafio...

O ponto é, ou pelo menos era quando comecei a escrever, comemorar alguns ciclos que foram (aparentemente) fechados esta semana.

Assinei meu divórcio, incorporando o peso da palavra “d” à minha qualificação civil. Mas ainda há pequenas pendências que nenhum dos dois quer deixar para lá. Afinal, quando tomei atitudes belicosas em relação a meu ex, assumi o risco de perder algumas coisas materiais. Mas como perder é difícil, as palavras amigas do meu ex me trouxeram vontade de resolver nossa história com um pingo de justiça. Ledo engano. A amizade e o carinho acabam assim que certas picuinhas são colocadas na mesa. Deixar prá lá, é melhor, e é mais saudável. Cheguei a um ponto onde perder é melhor do que brigar.

Esta semana terminei um relacionamento potencialmente perigoso. Sim, novas confusões me aguardavam ali e agora torço para que tenha conseguido estancar o tanque de péssimas escolhas, de forma que não voltem para me assombrar. Temo que ainda haverão surpresas aqui.

Neste ano resolvi quase todas as pendências que 2008 trouxe tão sorrateiramente, e arrastou para 2009. Estas que esperava ter deixado no ano velho, e que por isso mesmo quase me fizeram perder a esperança, a locomotiva da vida. Vendi apartamento, vendi carro, peguei carro, comprei novo apartamento. Luta após luta. Luto após luto.

Slow down you crazy child
You're so ambitious for a juvenile
But then if you're so smart tell me why
Are you still so afraid?
Where's the fire, what's the hurry about?
You better cool it off before you burn it out
You got so much to do and only
So many hours in a day

Engoli muito sapo. Descobri algumas verdades sobre mim e sobre o mundo. Entendi alguns processos e tendências do meu serzinho complicado.

And you know that when the truth is told
That you can get what you want
Or you can just get old

Mas continuo fazendo a vida andar, e ainda carrego meu dom especial para confusões.

Algumas vezes as detecto antes, o que é bom, mas ainda não consegui reunir as qualidades que preciso para dizer os não necessários, sem ficar contemporizando e achar que pode sim funcionar.

Visão romântica essa que tenho da vida, achando que amar é ajudar o outro, e colocando toda minha estrutura emocional, material e familiar à disposição do objeto do meu afeto, para que ele caminhe mais e melhor.

Nos casos em que já consegui prevenir a bagunça, coleciono caras feias, mau humor e muita insistência. E isso é veneno para meu sistema, que ainda é habitado por um bichinho de querer agradar e ser amado a qualquer custo.

Como é difícil! Mas a gente aprende que é preciso proteger a mente, o bolso, e o coração. Ser astuto como a serpente, e inocente como a pomba. Ver e esperar o melhor das pessoas, mas, (desculpe Brega!), preparar-se o pior.

Estar sozinha aos 35 afinal não é tão ruim, principalmente quando conseguir ser feliz, apesar dos outros, apesar do mundo, apesar das circunstâncias.

É hora de fazer um balanço sério para saber o que realmente valeu a pena.

Slow down you crazy child
Take the phone off the hook and disappear for a while
It's alright you can afford to lose a day or two

Sei que o novo ano trará muitos desafios, mas pressinto que as conquistas de 2010 serão mais fundamentadas, individuais e definitivas. Não vou parar. Talvez andar mais devagar, mas continuo sonhando.

You got your passion you got your pride
But don't you know that only fools are satisfied?
Dream on but don't imagine they'll all come true

Continuo sonhando, vivendo, buscando e desfrutando.

Se o vento desvirar algumas páginas, tudo bem. Talvez olhar para trás nos ajude a caminhar mais bonito no futuro.

domingo, 1 de novembro de 2009

Buenos Aires La Verdad

Buenos Aires La verdad

Esta foi escrita em 2008, e será publicada agora, por ocasião de minha nova viagem a Buenos Aires, de Outubro de 2009. Desta vez a expedição foi mais para mim, divertida e leve. Mas a crônica é em sua homenagem, querida Argentina. Don´t cry for me. Not anymore.

Esta era a primeira vez que ela fazia uma viagem internacional sozinha.
Como tudo em sua vida, nem mesmo isso teria sido fácil conseguir.
Felizmente herdou uma toneladas de pontos do cartão de crédito, gerados pelo excesso de gastos em seu VISA nos últimos anos, também conhecidos como a “era chupim”. Assim com milhas aéreas e descontos em hotel, se fué.

Tendo um amigo em Buenos Aires, deixou s São Paulo com o mundo caindo sobre sua cabeça, e decidiu fazer a viagem ainda em dezembro.

Chegou numa sexta feira, depois de um enervante vôo com 2 escalas, Curitiba e Assunção. Do avião a moça teve chance de analisar a paisagem plana do Paraguai e se espantou com o tamanho (minúsculo) do aeroporto da capital paraguaia.

Em terras portenhas, porém, já notou a diferença. Ao sair do saguão, procurando seu amigo que lhe daria carona, puxou papo com um motorista de taxi, e neste primeiro encontro já percebeu que falar espanhol é muito mais do que colocar um i no meio das palavras e um sotaque nasal.Era muito mais difícil do que dizer pero que si, pero que no.

Mas foi levando. Em poucos minutos já tinha trocado o obrigado por gracias, ou muchas gracias. Arriscava um por supuesto só depois de umas cervejas...

Trocou dinheiro, e com o troco pode ligar para seu amigo, que estava realmente bem pertinho dela, afinal. Ligar a cobrar, sem chance. Entendeu do taxista, depois de muita mímica que numerales era o quadrado ou jogo da velha + 19 poderia ligar a cobrar. Mas parece que companhias de telefonia não funcionam muito bem na Argentina. Por sinal o celular TIM da nossa heroína, nem sinal.... Dentre as companhias telefônicas que lá operam devem ser citadas a Telefônica e a Claro. Soa familiar?

Muito bem. Ao chegar no hotel, percebeu-se um agito. A moça notou que havia uma manifestação popular tomando parte das ruas. Seu amigo parecia bastante irritado com os manifestantes, a quem chamou de pagos pelo governo e inimputáveis. Aparentemente os marchadores podem parar seu carro, mandam e desmandam nas ruas.

Pararam, a moça paulistana, e seu amigo argentino, a duas quadras do Hotel, e foram a pé.

A praça do Congreso, onde se hospedou, é ampla e plana e abriga o prédio do legislativo. Seu quarto, no andar quarto, tinha uma janela fantástica, de frente para a Praça. A moça se sentiu grata, porque sabe quando Deus lhe faz um agrado. Adora janelas, é verdade.

Depois de despedir o amigo, a moça escancarou o indecente janelão, e se pôs a olhar. A manifestação passava inteira, barulhenta, bem debaixo de seu nariz, Era tanta gente que levaram uma hora para passar todos. Buzinaço, faixas e muitos grupos de pessoas diferentes. Bandeiras azuis e brancas.

Mesmo seu amigo tendo se mostrado tão irritado com os manifestantes, a moça se alegrou daquela parada, ao vivo, do povo argentino.

Ao lado do hotel, bem ao ladomesmo, funciona La Associacon de Las Madres da La Praça de Mayo, sim aquelas mamães do lencinho ainda existem. Também irritam os locais, porque ninguém mais agüenta vê-las lamentando, afinal a ditadura já acabou há décadas, é hora de seguir em frente. Mas à moça pareceu que a associação se converteu mesmo em um movimento social, com outras agendas hoje em dia.

O mesmo ocorre com os tais manifestantes. A moça aprendeu lendo o Clarin no dia seguinte que se tratava de um protesto contra La hambre. E ficou pensando, quem será essa tal de La Hambre? Descobriu mais tarde que era a fome. Achou o motivo genérico, para justificar tanto barulho.

Sexta à noite foi parrilha.

Sábado levantou e foi caminhar, e haja pernas. Felizmente, Buenos Aires é mui plana. Achou lindo o fato das avenidas serem tão largas e belas. Os prédios não são tão altos, chegam a ter no máximo 8 andares em sua maioria. Isso combinado ao largo passeio, faz de Buenos Aires uma das cidades mais bonitas que a moça já viu.

As calçadas são bem cuidadas. Sim, há lixo nas ruas. Mas não há fios expostos, apenas postes de iluminação. Os prédios mais antigos são impecavelmente conservados, e ostentam uma arquitetura de beleza indescritível Os cafés são extremamente charmosos, com grandes janelas para quem senta do lado de dentro, e quase todos com ótimas mesas na calçada. Aliás, os cafés lembraram Paris, sim, Buenos Aires tem um jeito de cidade européia.

Estando num país de terceiro mundo, a moça quis conhecer a sede do Poder Executivo, a casa presidencial, La Casa Rosada, na Praça de Mayo. A linda residência (sim, é rosa) dá de frente para um jardim, que espantosamente tem pixações bem escritas no chão, falando de pessoas desaparecidas, e criticando o governo (Kirchner ou alguma ditadura longínqua, não soube dizer contra quem protestavam)

Em frente à casa rosada uma exposição de fotos de presidentes argentinos, desde Oscar de La Rua, passando por Menem, Nestor e Cristina Kirchner. Lindos retratos, muitos deles de significado ignorado pela moça, mas todos de grande beleza e incrível força comunicadora, ao menos para os portenhos.

Fato é que os argentinos são realmente muito dramáticos. Fazem questão de ser percebidos como extremamente políticos, e contestadores, mas pareceu à moça que a política de oposição argentina é muito guevariana do tipo “Hay Govierno Soy Contra”, sem saber porque nem como vai contribuir para um novo futuro.

Uma passeata com, sei lá, 1 milhão de pessoas, para protestar contra algo tão genérico quanto à fome? Sim, sim, hay hambre, hombre. Mas, o que mais é novo, não é?

A moça comprou um lindo poncho vermelho na feira da Plaza Congreso em frente ao hotel. Caminhou até o Mercado Municipal em San Telmo e ainda arrematou uma pashmina preta, que pensou ser uma peça indispensável ao seu guarda roupa feminino, mesmo tendo vivido 34 anos muito bem sem nenhuma pashmina. Tudo isso era um pouco de empolgação com o real valer mais que os pesos.

A moça notou também que o povo argentino é extremamente bonito. Não tem tanta gente feia como tem no Brasil. Aliás, vamos combinar, 95% das pessoas, assim como os edifícios, são bonitas em Buenos Aires. Os rapazes são em sua maioria, vamos ver, lindos!As mulheres também, todos sempre muito bem vestidos. Um luxo. E paqueram com um tal charme descarado-tímido, efeito especial que só um legitimo argentino consegue executar com precisão. Deliciosos olhares.

Seu amigo e ela se divertiram muito, o que teria sido extremamente normal, exceto pelo fato de seu amigo ter 22 anos a mais que ela, e de se comunicarem melhor em inglês. Mas não deixou de se animar com ele, e se encantar com o jeito tímido daquele argentino bonito, maduro, extremamente gentil e cavalheiro. Galante, charmoso.... A moça não está acostumada a ser tão bem tratada, é verdade. Prefere os que a fazem sofrer. E agora no avião, no entediante vuelo de volta, correm lágrimas de seus olhos ao pensar nessas coisas.

À noite foi a um show de tango no Café Tortoni, um local tradicionalíssimo com 150 anos de janela, da Av. de Mayo. O show foi encantador.

E de pensar em tudo que terá ainda que realizar esta semana e dos compromissos que terá de assumir agora mesmo. E como sua vida é difícil, mas lhe permite certas escolhas, como fazer essa belíssima viagem. A moça sabe que não vai esquecer Buenos Aires.

Muchas, mas muchas gracias.

The dark period


O que será?
Quando dizem que o plano, o Seu plano é o melhor
Me pergunto o que será?

É tão bonito ver os sábios deste mundo, a quem sua palavra disse que o Senhor não se daria a conhecer, reconhecendo sua existência.

Pena que tudo acabe num jogo de controlar a fé, que conforme aprendi é o oposto da adoração, a idolatria.

Confiar naquilo que se faz tangível.

Será que complicamos tudo demais?
Serão essas as tais complexidades?

Que ao invés de tornar as coisas simples, como Jesus é simples, porque Nele se encerram todas as coisas, presente passado e futuro, precisamos de um problema para resolver?

E assim o que? Nos sentimos mais fortes, poderosos, e menos necessitados de Deus?

Que diferença faz no que cremos?

Se assumimos que temos que fazer algo para merecer o que a graça nos deu de graça.

Quanta insensatez.

E eu no meio disso.
E eu pequeno no meio disso.

E enquanto aqui estou o mundo tem a ousadia de não parar de rodar.

Um dia, depois que eu morrer, essa crônica virá a tona, e será classificada entre os escritos do “dark period”.

So be it.

domingo, 18 de outubro de 2009

Cumple, Birthday & Aniversário


Viva a chuva

Há muito tempo ela sonhava com aquele momento.
Mesmo durante a Grande Depressão de 1929, que curiosamente eclodira em sua vida em 2009. 80 anos depois.

Com seus 35, agora ela sabia viver melhor. Atingira mais equilíbrio, e pasmem! Fortalecera-se após uma mega crise, como todos diriam que iria acontecer, mas ninguém está realmente disposto a provar. Mas sobrevivera. E não só isso, mais preparada.

O que a fez pensar, preparada para o que? Haveria no destino da moça espaço para uma segunda crise pessoal? Só o tempo dirá.

Para bem do momento presente, ela sabia que deveria celebrar. E chamou todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para trazê-la de volta a vida. E elas compareceram.

Parecia até fim de filme, não é?

A mistura de pessoas foi singular. Amigos e amigas. Colegas de trabalho e seus pares. Família e seus pares. Presentes e presenças.

A moça se emocionou. E badalou e curtiu! E foi grata a Deus pela benção de estar viva, de ter vida.

Algumas ausências foram sentidas, mas sabia que alguns estariam pensando nela. E outros não. E também, estava tudo bem...


Viva a vida.
Viva o dia.
Viva a chuva.

domingo, 20 de setembro de 2009

Last Time I Saw Richard

O Legião Urbana tem um Acústico MTV com uma porção de musicas em inglês.

Acústico MTV Legião Urbana, tem uma música chamada Last time I saw Richard de Joni Mitchel. A musica foi cantada para mim naquela noite.

Nao é uma observação sobre conteúdo da canção.

Mas é que antes de cantar, O Renato Russo fala assim "Olha Claudia Thereza, essa é pra você". Pois é. Ninguém acredita até eu mostrar. Pode conferir (no CD apenas).

A musica fala de Richard, um romântico cínico e amargo que tem certeza que todos os românticos acabam em cinismo e amargura. Sinceramente espero que ele esteja errado.

Porque além de ser para mim, é realmente para mim. Como dizia Rita Lee "ai de mim que sou romântica".



The last time I saw richard was detroit in 68,
And he told me all romantics meet the same fate someday
Cynical and drunk and boring someone in some dark cafe
You laugh, he said you think youre immune, go look at your eyes
Theyre full of moon
You like roses and kisses and pretty men to tell you
All those pretty lies, pretty lies
When you gonna realise theyre only pretty lies
Only pretty lies, just pretty lies

He put a quarter in the wurlitzer, and he pushed
Three buttons and the thing began to whirr
And a bar maid came by in fishnet stockings and a bow tie
And she said drink up now its gettin on time to close.
Richard, you havent really changed, I said
Its just that now youre romanticizing some pain thats in your head
You got tombs in your eyes, but the songs
You punched are dreaming
Listen, they sing of love so sweet, love so sweet
When you gonna get yourself back on your feet?
Oh and love can be so sweet, love so sweet

Richard got married to a figure skater
And he bought her a dishwasher and a coffee percolator
And he drinks at home now most nights with the tv on
And all the house lights left up bright
Im gonna blow this damn candle out
I dont want nobody comin over to my table
I got nothing to talk to anybody about
All good dreamers pass this way some day
Hidin behind bottles in dark cafes
Dark cafes
Only a dark cocoon before I get my gorgeous wings
And fly away
Only a phase, these dark cafe days


http://www.youtube.com/watch?v=ueQlVlkF6p4

domingo, 30 de agosto de 2009

You Know That I´m No Good (Or Too Good)


Crônicas de uma Ruiva
Com a ajuda de um amigo, esta semana descobri que mulheres inteligentes intimidam. Mulheres bonitas também.
E eu, que venho vivendo a melhor fase da minha vida, sob os dois aspectos, devo ser intimidadora ao quadrado. Fora minha personalidade nada contida... Ninguém sai ileso de minhas constrangedoras investidas, comentários, piadas...
Well, não é que descobri esta semana que mulheres... intimidam. Não. Eu já sabia. É outra coisa que está incomodando.
O que eu realmente percebi é que somos tão inteligentes que tentamos disfarçar, para que eles não percebam, e ainda assim nos queiram. Me faço de bobinha.
Outro dia um outro homem, amigo meu, me disse numa conversa de chat: na verdade nenhum homem gosta de mulher inteligente. Sim eles preferem as burrinhas, e as loiras. Neste caso loira burra seria redundância ou o paraíso???
E eu, então? Que sou ruiva de nascença, e ainda tento convencê-los de que sou meio burrinha... Mais que uma morena, menos que uma loira. Bem 50% mesmo, para não complicar o cérebro deles, homens, com cálculos desnecessários, que desperdiçam seus trilhões de neurônios a mais que os nossos. Só me pergunto porque não os usam... Well... Como se vê, estou brava.
Diante da inclassificável constatação, soltei no chat: “PUTA QUE PARIU”... E perguntei – E de mulheres que falam palavrão, vocês gostam? Meu amigo riu.
Sim, somos divertidas. EU sou divertida. Intimidadora.
Mulher, viva, bonita. Madura, decente, honesta.
E ainda no fundo no fundo esperando que alguém leia isso e se “apaixone” por mim. Pelo que realmente sou. Como, se vivo fingindo? É meio que como fingir um orgasmo. É a pré-simulação. Tudo para agradá-los, meninos.
Sabe o que mais? Acho melhor tentar ficar mais feinha. Ontem eu estava me arrumando, e modéstia à parte, me achei muito bonita, a knock out. Então pensei... isso também intimida, beleza fisica... Coisa que aprendi nas revistas em que mulheres lindas e famosas se queixam de que poucos tem coragem de abordá-las...
Bom, se for para assustá-los, prefiro fazê-lo com beleza e inteligência. Assim pelo menos eles terão sentimentos ambíguos em relação a mim. Tentação e medo. Vontade e pavor. Desejo e consciência.
Estou ouvindo Amy Winehouse, e a música é You Know that I´m no Good ou Você sabe que não presto. Será que ela também está fazendo tipo? Gênero de mulher complicada, perigosa? Bom, ela arrasa, isso é o que sei. Espero que ela seja feliz.
Adoro a Amy, mas recentemente descobri que ela usa uma peruca. Morena. O cabelo dela é realmente preto, e crespo. Pelo menos ela não alterou a cor, só a forma e a textura. O que não deixa de ser outra conformação, só que mais honesta. Comigo é parecido. Sou ruiva, e tenho cabelo bem cacheado. Há alguns anos me rendi aos alisamentos. Estou muito feliz com isso, e tenho certeza de que não alterou minha inteligência ou minha beleza. Mantive a cor. Ajuda a seduzir, ou será intimidar?? Ah, já não sei mais..
Sou quem sou, sem direito a férias.
Quem souber ler meu livro, vai gostar muito da história, e se for bem vindo para fazer parte dela, ótimo. Terá que merecer, isso é certo.
Só espero que eu também goste dele. Um dia não terei que fingir ser menos. E esse dia é hoje.
Tim-Tim!