sábado, 17 de julho de 2010

Ele escreve certo por linhas tortas. Mesmo

Tenho aprendido que felicidade com Jesus não é ausência de problemas. Que é ter paz apesar dos problemas. Sei o que é andar triste, mesmo com Jesus. Já chorei muito, já me desesperei, adoeci. Tive medo, frio e fome, e algumas vezes o chamado “povo de Deus” não me consolou. Em outras me decepcionou. Mas sempre, sempre, mesmo quando eu não sabia, não cria, e não via, Deus estava lá.

O curioso é que só consigo perceber isso quando estou bem, quando estou feliz, quando tudo está indo de vento em popa. Sigo lutando, mesmo na dor. Será que posso creditar os meus sucessos aos meus esforços pessoais? Porque sim, eu sigo lutando, mesmo na dor. Mas certas coisas não se explicam pelo olho natural. Como explicar os contatos que Deus nos manda e que podem mudar as nossas vidas sem maiores avisos?

Neste ano, em meio à uma crise de depressão (sim, existe depressão), tive diversas provas do amor de Deus e de seu jeito peculiar de fazer as coisas.

Uma delas foi um contato profissional. Busquei desesperada um técnico para me auxiliar em trabalhos do escritório em regime de parceria. Fui apresentada a um farmaceutico, que no fim não deu certo para ser o apoio que eu esperava. Mas me abriu uma oportunidade excelente na empresa em que ele trabalha. Excelente mesmo, digna de nota. Meus esforços? Sim. Uma boa dose de sorte, e estar no lugar certo, na hora certa? Isso é Deus. Ninguém mais.

Ontem resolvi uma pendência que me incomodava desde a minha separação. Dois anos cravados depois do fim do casamento, resolvido. Quanta dor, quanta peleja.

Neste mês viajarei ao exterior. Vários fatores contribuíram para que eu pudesse fazer essa viagem. Primeiro, o cliente que mencionei acima, com contratos que me deram suporte financeiro para continuar de pé, e ainda sonhar com algo mais. Segundo, um contato que minha querida irmã Ana me proporcionou num evento da empresa dela. Lindo, porque ali também se tratava de uma possível parceria profissional, e acabei conhecendo uma pessoa incrível, com quem irei passar alguns dias em NY. Terceiro, uma hospedagem gratuita que meu pai (sempre com excelentes presentes e mimos) me ofereceu para passar alguns dias na Flórida. Tudo funcionou como um relógio, para que eu pudesse hoje estar aqui, contando essa história, e esperando com alegria o dia das minhas sonhadas férias.

Hoje olhando para trás vejo que o tempo de Deus é muito mais perfeito. Vejo que ele usa nossa hora de desespero para nos fazer crescer, confiar, esperar Nele. E mais, para me colocar numa perspectiva correta do que é importante realmente. Não que eu já tenha aprendido. Mas sigo lutando.

domingo, 11 de julho de 2010

X People

Ex pessoas.
Ontem este post seria bem mais dramático, mas vamos ao que interessa.

Esta semana tive uma experiência terrível. Um homem que eu não conhecia foi "esmagado" num acidente de automóvel perto da minha casa. Ele foi atropelado, estava muito mal, atirado no asfalto, cheguei logo depois da batida, o resgate veio rápido (8 minutos), mas ontem fiquei sabendo que ele não sobreviveu. Morreu pouco depois. Era mecânico de uma loja aqui do bairro. Já não é mais. Sinto muito, espero que Deus tome conta dele do jeito que tem tomado conta de mim. Edilson, vá com Deus. Espero que esteja melhor aí do que aqui nesta esquina...

Numa nota mais, digamos, pitoresca, enviei um e-mail mkt para todos os meus contatos, porque sou uma besta que não sabe ou não tem energia para separar os contatos de trabalho, pessoais etc etc. Avisava de um curso que eu iria ministrar. Até aí tudo certo. "contece" que teve gente que não gostou de receber a tal mensagem. Uma pessoa (que eu não conheço pessoalmente e portanto não se qualificaria como ex-pessoa) se incomodou com o email marketing, me deu uma bronca, e ainda me "dedou" pro dono da lista. Tá vai... "contece"!... Foi mal.

Mas a outra foi meu x-husband. Ele escreveu algo do tipo "senhores, gostaria de não mais receber esse spam". Como se não soubesse que os senhores era eu mesma... Sabe, eu mesma? Com quem você foi casado? Mas esse não é o ponto. A msg mal criada me fez pensar: será que existem ex-pessoas? Ex-contatos, ex-vida, ex-amigos do facebook, do twitter, e sei lá mais o que?

Várias (ex?) pessoas que receberam a mensagem me elogiaram, se lembraram de mim dos velhos tempos (e dos não tão velhos assim), tiraram sarro da minha fotografia marota no mkt profissional, ou simplesmente desejaram boa sorte. Recebi telefonemas, foi bem bacana, obrigada!

Que pena que existam ex-pessoas. Tomara no futuro a gente saiba separar as coisas melhor, viver melhor, porque a vida acaba, às vezes bem antes do planejado numa esquina, quarta-feira de manhã. Tomara a gente consiga olhar para trás e ver o que é bom do passado, e não ficar remoendo e doendo. Não existem ex-pessoas.

Ponto final

domingo, 4 de julho de 2010

Das escolhas

Hoje recebi um e-mail desconsertante da minha amiga Vanessa.
Ela tem muita habilidade com palavras, me conhece muito bem, e é sempre muito perceptiva, disponível e querida.
Dormi poucas horas esta noite. Talvez o que esteja me tirando o sono seja o mesmo motivo da mensagem: estou dividida.
Tenho uma paixão proibida. Está difícil abrir mão. Está dificil continuar com ela. Não dá nem para escrever direito sobre isso, porque afinal é segredo. Fato é que estou de saco cheio de compartimentar a paixão num lugarzinho escondido da vida.
Gosto de interagir, de falar, de mostrar, de ver e ser vista, e gosto de ouvir o que os outros pensam a respeito do que estou fazendo. Mas nada disso eu posso fazer quando se trata da tal paixão proibida.
O que nos leva às tais escolhas do título. Será melhor aproveitar o momento? Será possível fazer isso sem culpa, sem neuras? Ou é melhor cortar o mal pela raiz? Pensar a longo prazo, projetar o fim da história, mapear as dores que com certeza virão, a frustração que nos espera? E parar desde logo com essa história de ver onde vai dar, com essa história de enquanto isso a gente vai levando.
Dizem que não importa tanto onde se chega, mas a jornada, o caminho que se faz. Mas se o caminho é de culpa, de frustração, de se sentir usada até, talvez realmente não valha a pena.
Ah, as escolhas. Minha amiga, também de libra, e eu bem sabemos como elas podem nos atormentar. Costumamos brincar sobre como é dificil ao "librão" lidar com as encruzilhadas da vida. Enquanto não sei o que fazer, vou de Zeca Pagodinho, deixa a vida me levar. Será?